quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ma(n)donna

Serei linchada após esse post.

Tenho lido e assistido coisas que me deixam boquiaberta. Madonna veio ao Brasil, ok, uma atração internacional, bla bla bla. Mas tratam ela como uma deusa, enquanto ela por sua vez, trata as pessoas como porcos, demonstra nojo com suas exigências sem pé nem cabeça. E o povo insiste em aclam-a-la, oferem a ela todos os luxos possíveis, pessoas gastam o que tem e o que não tem para assistí-la... E ela? Exige que troquem as tampas das privadas. Ela quer ser a primeira a usar, vai ver tem medo de pegar alguma doença tropical. Ah se fosse eu a trocar essas tampas, ia fazer um xixi prazeroso antes dela.
As celebridades brasileiras disputam lugar nos camarotes, e óbvio, não faltaram no jantar em homenagem a "diva", uma das poucas vezes em que ela permitiu que tanta gente chegasse perto dela.

Ah me poupe! Uma vez li, e concordei prontamente, que artista que é artista não fica só esperando o povo vir até ele, ele mesmo vai até o povo, e não age como se fosse um ser com imunidade baixa, sem condições de chegar perto das pessoas. Vai ver foi o excesso de botox e de academia, acho que ela tem medo que muita gente veja o rosto dela de perto.

EU SOU MUITO MAIS CINDY LAUPER.


Agora vocês me desculpem, mas vou ter que comentar as fotos do tal jantar.


Gente pode parando que eu tenho que dizer!!! Quando vi essa foto, me vieram dois pensamentos: Essamoça, grávida de novo meses, deveria estar aproveitando a gravidez, relaxando, iria fazer bem pra ela e para o bebê. E com esse batom vermelhão queridaça, até parece que está querendo relembrar aquele incidente do Ronaldo com os três moços/moças... ah, enfim... Melhor ter ficado em casa. Mas acho que como era um jantar, o Ronaldo insistiu tanto pra ir, que ela não quis deixá-lo ir sozinho... Sabe como é...



Oh queridona, que mico... Devia estar repousando em casa pra depois poder gravar a novela legal.






Oh Preta Gil, depois quer processar site, programa de TV e sei lá mais o que que debocha... Mas pra que por esse vestido?


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O espírito da coisa

Um texto de Martha Medeiros


É neste domingo, 25 de dezembro, o dia que nos restou para cultivar o espírito de Natal. Quando as lojas estão fechadas e você não vai ver TV nem ler o jornal
Você sempre pega o espírito da coisa? Geralmente o espírito da coisa é algo que fica subentendido, só as almas atentas conseguem captá-lo. A verdade é que, em um mundo cada vez mais pragmático, é difícil pegar o espírito da coisa, seja que coisa for esta.
O que dizer então do espírito do Natal? Antes ele entrava no ar assim que dezembro se iniciava. O espírito deste mês, para quem foi criança em outros tempos, era de pura magia. O Natal, que demorava tanto para chegar, estava batendo à porta. "Quantos dias faltam, mãe?" "Agora falta pouco, querida". "Quanto?" "Uns 20 dias". "Tudo isso!!!".
Mas a gente sabia que era pouco se comparado à longa espera de um ano inteiro. Em maio, junho, julho, o Natal ainda estava a perder de vista. Natal era o arremate do calendário, era a compensação por tanto estudo e provas na escola, era o prêmio por termos nos comportado bem, era a hora de colocar uma roupa bonita e ter algum desejo atendido, era hora de comer umas delícias diferentes, de rezar, de acreditar em todos os sonhos.
O céu ficava mais azul, as estrelas davam cria e nunca, nunca chovia em dezembro. Então finalmente chegava o dia 24. A empregada era liberada logo depois do almoço, o pai voltava mais cedo pra casa e nenhum moleque reclamava de ir pro chuveiro, até gostava. Já de banho tomado, era hora de esperá-lo. Ele. O verdadeiro Deus de toda criança, Papai Noel.
Hoje mal entra dezembro - e com ele, trovoadas - e os shoppings lotam, o trânsito entope, os filhos pedem coisas caríssimas e ganham antes mesmo da noite feliz. Comprar, comprar, comprar. Você, meio sem grana, faz o que pode. Os outros, meio sem nada, você faz que não vê.
Mas eles estão entre nós: crianças pedindo um lápis de presente, pedindo colchão de presente, sonhando com o primeiro iogurte de suas vidas. E a gente voando de um lado para o outro, sem tempo pra eles.
Isso tudo foi até ontem, quando dezembro acabou. Ao menos este dezembro insensato, ansioso, consumista, ateu, que dura 24 dias febris, onde todos correm, todos estão atrasados, todos têm compromissos inadiáveis. Uma amiga me escreveu no auge do estresse: "Pensar que o próximo será só daqui a um ano é a melhor parte da história".
Antes de começar a contagem regressiva para o próximo, temos hoje. Temos este hiato, o dia 25. Um feriado, um domingo, uma trégua. As lojas estão todas, todinhas, fechadas. Sobrou alguma coisa da ceia para beliscar na geladeira.
Você vai sentir sede de suco natural, de água gelada. Vai colocar música pra tocar, vai vestir uma camiseta limpa. Você não tem nada pra fazer, nenhum motivo pra tirar o carro da garagem, nenhuma razão para procurar vaga para estacionar. Hoje você vai andar a pé, no máximo de bicicleta. Vai falar mais pausadamente.
Não vai ligar a tevê, prometa. Nem sei por que abriu o jornal. Hoje é dia de caminhar devagar, de chinelo ou pés descalços.
Dia de olhar bem fundo nos olhos do porteiro que está trabalhando, do motorista de ônibus que está trabalhando, e desejar a eles um 'Feliz Natal' pra valer. Com sentimento. Um sentimento que não seja medo nem angústia.
Paz.